Não existe o meio-termo quando se tem alma de artista.

A arte se alimenta da paixão.

É ela que colore os olhos do pintor.

É ela que declama a alma do poeta.

É ela que canta a dor da melodia.

É ela que exalta o drama do ator.

Não há comedimento para a arte:

Ou exaltamos as paixões correspondidas

Ou mergulhamos no abismo da dor

Sem ela, reduzimo-nos a meros vendedores de alma

ao pobre diabo que nos carregue.

Na dúvida, permita-se!

Caminho Reverso

Porque assim caminha a humanidade

deveríamos nós percorrermos o caminho reverso,

voltar ao fruto proibido e transformá-lo em dádiva.

Sermos assim heróis e senhores do prazer.

Escreveríamos nossa literatura sagrada

abolindo a vergonha e a tormenta de nosso discurso,

a claustrofobia sexual seria então extinta.

Libertos e não mais libertinos,

chamaríamos o comum de perversão

Porque Perversos são aqueles com a alma

fracionada pela justiça divina.

Perversos são os que não sabem

se desvencilhar das algemas dos santos

que queimam seus pulsos e flagelam seu sexo,

Perversos são aqueles que se acorrentam

as tetas maternas que os alimentam

do veneno dos falsos escrúpulos.

Renascimento

Posso chamar de desejo o que é inerente ao meu prazer?
Aquilo que simplesmente o é,
pela sua essência de bom moço
que esconde perversões secretas,
ditas a mim em confissões sussurradas
entre vergonha e vontade.
Não me surpreende visto que
seus olhos já te entregavam nos ambientes severos.
Como que gritassem a mim
que os tirassem daquela paisagem humana
e os levassem a bisbilhotar o paraíso dos deuses.
Ah! Pobre alma amordaçada no cotidiano,
jogar-te-ei nas profundezas do submundo,
onde ressuscitarás tendo Baco a sua direita
e Hades a sua esquerda a apadrinhá-lo.
Tornarás tu também um deus e
altares de carne serão erguidos
em louvor ao seu renascimento.

Minha flor arco íris

Minha flor arco-íris
Em campo exótico te achei
Uma rosa dengosa, uma orquídea selvagem
Qual dois será?
Dá-me o pote de ouro branco que guarda em teu sorriso.
Quero ser o elemental que irá te proteger.
Minha flor arco-íris
Que desabrocha e se esconde
Como cravo na lapela.
Que dança faceira como a margarida sob o sol.
Quer seja a lótus venerada da terra do nascente.
Quer seja a peônia com seu miolo de ioni.
Minha flor arco-íris
Não te colherei porque não posso
privar outros olhos do seu encantamento
Mas estou te imortalizando nestes versos
Para de alguma maneira poder dizer:
Esta é a minha
Flor arco-íris.

Meu mundo não é aqui.

"Não gosto deste mundo.
Meu mundo não é aqui.
Mas se tenho que estagiar por aqui, que seja do melhor modo.
Se for para sentir dor, que não seja a dor da solidão.
Se for para odiar, que não seja o ódio rancoroso. Quero o ódio excêntrico, aquele que está diretamente ligado ao amor.
Se for para amar, não quero o amor vil. Quero o amor envolvente, que abraça e acolhe com sabedoria.
Se for para ter sapiência, que a sapiência seja húmile, despida de vaidade. Cada um é sapiente naquilo que se propõe a ser ou naquilo que se DOMina. Não quero a sapiência que deflora com arrogância.
Se for para ser arrogante, que seja a arrogância debochada, irônica, que cala os tolos e imbecis, quando sua sutileza não é esperada.
Se for para esperar, que essa espera seja usada para exercitar a minha paciência e não vista como perda de tempo.
Porque não gosto deste mundo e não quero perder nada por aqui.
Se eu deixar algo para trás, deste mundo farei parte novamente e, meu mundo não é aqui. "

Imaginarium

Surgindo de mansinho,

careta,

devora a calma

e o tesão aflora

Se mostra atrevida,

Ninfeta,

capaz de erupções

e destruir fortalezas

A carne que treme

O sangue que ferve

O peito que arfa

A coxa que umedece

Quero línguas soltas num balé desarmônico

Quero corpos suados numa luta desigual

Quero dor, quero prazer

Quero você minha, nua, puta,

Tal e qual

Mente e corpo em perfeito desequilíbrio

Esquecemos o mundo lá fora

E o recriamos em nosso imaginarium

Quero você minha, nua, puta

Quero-te agora.

" E como sabermos se é amor, o amor
Se eu te amo ontem, hoje, amanhã e sempre?
Porém, se eu amo eu, tu, eles
Aprendo que amor é amor à minha maneira
Não àquela que você sente."

Nossa, hoje volto aqui e me deparo com algumas situações que não mudaram.
Mas, o importante é saber que neste momento curto o tempo:

"O tempo dá, o tempo tira, o tempo sopra e a folha vira."

Meu momento é infantil, tolo e solitário mas, é um momento feliz, tranquilo, estou retornando à minha infância e resgatando sentimentos que lá ficaram escondidos sob o medo de crescer.

Projetos estão surgindo e tomando formas. Oportunidades estão aparecendo e eu agarrando.

Sanidade e paz!

Há mais de um mês criei este blog, mas apenas hoje começo a visitá-lo.
Quero aqui neste espaço onde ninguém sabe que eu sou eu, desabafar e deixar minhas impressões sobre problemas, alegrias e situações do cotidiano para, no futuro, voltar aqui e ver o que mudou, onde houve evolução, onde houve regressão e onde houve estagnação.No momento me sinto cansada, embaraçada e confusa sobre os últimos acontecimentos. Existe uma coleção de coincidências, e eu não acredito em coincidências, me barrando o caminho.
Há anos que adoeço em todos, todos os feriados prolongados e neste carnaval, não está sendo diferente. Não tive meu inferno astral um mês antes do meu aniversário, estou tendo, na verdade, no período de mais de um mês posterior ao meu niver e está vindo com tudo.
Tenho cometido falhas do trabalho, tenho me sentido cansada. Por mais que me esforço para resolver uma situação, a coisa não anda e o pior, alguma outra coisa desanda. Isso cansa e desanima qualquer um. Cada vez que vejo que é hora de mudar, de evoluir, vem uma sucessão de acontecimentos para dificultar e, por que não? impedir a evolução, o crescimento. Assim fica complicado. Minha esperança é o feriadão que se aproxima. Vou aproveitá-lo para curtir o filhão, descansar, colocar a mente em ordem e renovar as energias. Voltarei renovada.